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quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Garudasana

Garudasana - postura da águia:
Na mitologia hindu, Garuda é um pássaro solar brilhante como o fogo, e é a montaria do deus Vishnu.


Gosto muito desta história da mitologia hindu, chamada

A Compaixão de Garuda 

(Escolhi transcrever o texto, porque estou com um "dilema de Garuda")

   Uma bela tarde, o deus Vishnu resolveu ir visitar Shiva, seu colega de trindade Divina (o terceiro membro, como sabemos, é Brahma).O deus montou em Garuda, sua águia solar, magnífica e brilhante como o fogo, e voou em direção á maravilhosa morada do deus, que ficava na região de Kailas. Deixou sua montaria em frente ao grande arco natural , que ficava bem na entrada da residência, um lugar discreto e oculto a qualquer olhar humano indiscreto.
  Enquanto Vishnu foi ter com Shiva, Garuda, o inimigo das serpentes, ficou pousado, sozinho ali, observando a tudo com seus olhos curiosos de ave inquiridora. Garuda era metade humano e metade ave.
   - Que lugar arrebatador! - disse a ave, estendendo as asas num gesto que abrangia os picos alvos de neve, onde os esplendores dos raios do sol poente espalhavam suas sete cores.
De repente, seus olhos atentos se depararam com um pequenino pássaro que pousou logo acima de si, no arco de pedra.
    - A criação é mesmo majestosa! -exclamou Garuda. - Assim como soube fazer aquele gigantesco Himalaia, também soube criar este minúsculo e belo  pássaro! Ambos perfeitos em sua grandeza e plenitude.
     Nesse momento, ele viu Yama, o deus que preside o Destino e a Morte, que vinha chegando. Após cruzar o arco Darshan, o deus viu o pássaro pousado no alto. Os olhos penetrantes do deus da morte se detiveram sombrios sobre a ave, observando-a atenta e fixamente por alguns segundos. Suas sombrancelhas se ergueram intrigadas e o deus desviou o olhar, desaparecendo por trás do arco.
     -Quando o deus da Morte olha para uma criatura com esse olhar de adeus - disse a si mesmo Garuda - isso  só pode significar uma coisa: que o tempo de vida da infeliz criatura findou! É certo que Yama pretende levar a alma desta pequenina ave quando voltar! Pobrezinha, estava tão feliz! Bem que eu poderia levá-la para longe, e quando Yama voltasse, não mais a encontraria. Eu iria lhe pregar uma peça e tanto!
Garuda já ía fazer isso quando parou para pensar melhor.
    - Não, é melhor não fazer isso, pois as leis do destino estão trabalhando. Não é da minha conta interferir nelas! - Decidiu por fim.
      Mas esta decisão deixou-o inquieto, e ele tratou logo de mudar de idéia.
    -Talvez esteja agindo assim por simples covardia. Se meu desejo é salvar o pássaro, é porque devo fazê-lo! Como posso ficar aqui passivo, enquanto o pobrezinho corre risco de vida, ali pousado inocentemente sobre o arco sem saber que o deus da Morte virá buscá-lo em breve?
     Mas, ao mesmo tempo, uma outra voz interior dizia-lhe que este era um impulso motivado pela soberba. E quem era ele para pensar que podia ludibriar a Morte?
     Metaforicamente falando, a águia divina convertera-se num galo de campanário, a girar loucamente, de lá para cá, ao sabor de suas indecisões.
     Mas o dilema persistia: salvar ou não salvar o pássaro da morte certa?
     - O melhor a fazer é ouvir o que diz o meu coração - decidiu-se, Garuda , por fim.
Então Garuda prestou atenção ao seu coração, e ouviu a sua voz sutil, falando de suas profundezas:
      - Ofereça ao Senhor suas emoções e ações, e então, quando sentir que é a hora de agir, aja sem vacilar.
     Assim fez Garuda, e, de repente, o pássaro deu um pio e olhou para ele.
    - É o sinal! - Exclamou Garuda e, sem pestanejar, apanhou o pássaro e, com a velocidade de um relâmpago, desceu ate Dandakaranya, colocando o animalzinho sobre uma rocha , ao lado de um regato. Ato contínuo, retornou a Kailas com a velocidade do vento. Pousou sob o arco e, sentindo-se muito bem consigo mesmo, se pôs a aguardar pelo retorno do seu Senhor.
Mas quem viu retornar , antes mesmo de Vishnu, foi Yama. O deus soturno passou novamente pelo arco antes de ir embora. Ao vê-lo, Garuda sorriu e o deus respondeu ao cumprimento, amavelmente.
    -Posso lhe fazer uma pergunta? - Perguntou a ave, gentilmente, ao deus do Destino.
    -Fazer pode, mas não sei se poderei respondê-la - disse Yama.
   -Quando estava em Kailas, vi que parou para observar atentamente um pássaro que estava pousado no arco. Poderia saber qual era sua intenção ao fazer isso?
   -Ah! Já tinha até esquecido disso! - respondeu o deus da Morte e do Destino olhando para o alto onde horas antes estava a avezinha. - Na verdade, olhei para o pássaro, intrigado, porque vi que ia morrer em poucos minutos devorado por uma gigantesca serpente, na distante Dandakaranya, perto de um riacho. Fiquei imaginando como este minúsculo pássaro poderia cobrir esta distância gigantesca em tão curto espaço de tempo. Depois, esqueci tudo. Certamente, deve ter acontecido de algum modo, pois era hora dessa pequenina criatura nascer de novo.
   Yama sorriu e foi embora, enquanto Garuda permaneceu de bico calado, coçando as penas do queixo com sua mão humana.
   - Mas que humor macabro tem esse deus do Destino! Espero que não saiba que fui eu que levei o pássaro para lá, na esperança de salvar o bichinho - disse a si mesmo a ave, sem saber se deveria rir ou chorar. -Oh Senhor! Seus caminhos são um mistério e sua vontade é a lei suprema! sem saber, fiz conforme a sua vontade. Que seja assim para sempre!
(Livro: As melhores histórias da mitologia Hindu - A.S. Franchini / Carmen Seganfredo)

Meu dilema:
Há tempos estou cuidando de um folhotinho de coruja que perdeu seu ninho. Ela está crescendo, está sendo supervisionada, mas até hoje estava sendo cuidada pelos pais.Hoje ela resolveu voar e só fica no chão onde meus cachorros podem pega-la. agora estou eu aqui, cuidando da coruja:



Vou fazer o que meu coração diz... cuidar...sem expectativas, aceitando o que vier! Namastê!

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